Diaconia – Da escolha à consagração

 Introdução

        Enganam-se os que pensam que a existência de diáconos só se justificou na época apostólica, que eles só atuaram naquele tempo. Nas epístolas do apóstolo Paulo há referências claras a respeito de irmãos que exerceram o diaconato em outras igrejas, além da igreja de Jerusalém, estabelecidas pela obra missionária através dos anos, como se pode ver em Atos 21.8-9 e Filipenses 1.1.- 6.

        É claro que a época em que vivemos é diferente da época apostólica; os problemas e circunstâncias são diferentes, e isto nos obriga a uma constante atualização, a fim de que possamos atender às reais necessidades das igrejas. Todavia, não há nenhum motivo para a extinção do ministério diaconal com a simples alegação, infundada, aliás, de que ele é desnecessário em nossos dias, ou improdutivo e inadequado.

Quais são as funções dos diáconos?

        Será que os diáconos têm apenas a função de ajudar na celebração da ceia do Senhor, servindo os elementos simbólicos do corpo e do sangue de Cristo? Vez por outra encontramos pastores e igrejas com essa concepção limitada da função do diaconato. Além de preparar e distribuir a ceia do Senhor, é trabalho do diácono auxiliar o pastor no cuidado das necessidades materiais de membros carentes; dar plantão diaconal para receberem pedidos de ajuda dos irmãos necessitados e aflitos; visita aos enfermos; assistência às famílias enlutadas; ação social; cuidado com o salão de culto; zelo pelo bem-estar integral do pastor e família etc.

Qualidades requeridas dos candidatos

À luz do ensino da Palavra de Deus na Primeira Carta do Apóstolo Paulo a Timóteo, capítulo três, versículos 8 a 10, os candidatos ao diaconato devem ter as seguintes qualidades:

• Honestidade (v.8);
• Não de língua dobre (v.8);
• Não dado a muito vinho (v.8);
• Não cobiçoso de torpe ganância (v.8);
• Que seja marido de uma só mulher (v.9) – No caso de diaconisa, que seja mulher de um só marido;
• Que governe bem o seu lar (v.12);

Virtudes do candidato ao diaconato

As virtudes devem fazer parte do caráter cristão dos servos de Deus e que, por isto, a igreja deve ser zelosa em só indicar e consagrar para o diaconato pessoas que as possuam.

• Que sejam cheios do Espírito Santo (Ef 18);
• Que tenham boa reputação (At 31);
• Que sejam cheios de sabedoria;
• Que guardem a Palavra (Sl 119.11);

Conhecimento doutrinário indispensável ao diácono

        É indispensável que o diácono conheça bem as doutrinas que nós batistas, professamos e que tenha alguma noção da história do povo de Deus, das Escrituras Sagradas, do Cristianismo e dos batistas. O diácono precisa, também, conhecer os preceitos básicos para o viver cristão.

O processo de escolha de candidatos

• Quando escolher:
  • Crescimento do rol de membros;
  • Falecimento de algum diácono;
  • Transferência para outra igreja;
  • Desligamento mediante solicitação;
  • Desligamento por indisciplina, ou falta grave de algum diácono;

• Como escolher candidatos para o diaconato
  • Nomes indicados pela igreja;

• Quando consagrar
  • 1Tm 10 diz: Devem ser primeiramente experimentados; depois, se não houver nada contra eles, que atuem como diáconos.
  •  Após o Curso de seis meses se consagra quem foi aprovado do curso e no exercício da função;

• Diáconos não consagrados
  • A fixação de tempo limitado para o serviço diaconal transforma o diácono em temporário, o que é incomum entra as igrejas batistas e, também, distanciado do modelo bíblico.

Palavras finais

        Diáconos de fé e caráter cristão, e que sejam possuidores de clara consciência do valor do trabalho que os diáconos realizam nas Igrejas do Senhor Jesus Cristo representam uma abençoada plêiade de homens de Deus que muito têm feito e muito têm ainda por fazer para o progresso do evangelho de Jesus Cristo.

Fonte: Souza, Lecy Nunes. Diaconia – da escolha a consagração – Rio de Janeiro: JUERP, 2003.

Pr. Tiago Matias